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Médico do Hospital Erasto Gaertner vence prêmio nacional de inovação médica - 25/11/2022

Técnica ganhadora do 5º Prêmio de Inovação Médica da Veja Saúde e Dasa foi idealizada pelo Dr. Reitan Ribeiro 


Uma técnica desenvolvida pelo Dr. Reitan Ribeiro, cirurgião oncológico do HEG foi a grande vencedora do 5º Prêmio de Inovação Médica da Veja Saúde e Dasa, na categoria “Inovação em Tratamento”. O método de transposição uterina tem por objetivo manter a fertilidade em mulheres que estão em tratamento contra câncer na região pélvica.Trata-se de um procedimento desenvolvido de maneira inédita no mundo.

O projeto foi o mais bem votado na análise do júri técnico-científico da premiação. A cerimônia aconteceu na noite desta quarta-feira (23), com transmissão ao vivo para todo o país.

Intitulada como “Transposição uterina: estudo de viabilidade”, a técnica comprovou que o câncer não é uma doença que torna a paciente infértil, a não ser que tenha atingido órgãos reprodutivos femininos ou masculinos.

O procedimento reposiciona os órgãos reprodutivos para mantê-los seguros. “É uma cirurgia que retira o útero do seu local original e o reposiciona na parte de cima do abdômen, para preservá-lo durante o tratamento, e devolve-o ao local original após a alta do tratamento contra o câncer”, ressalta o cirurgião.

Dr. Reitan explica que, muitas vezes, o tratamento contra a doença – que envolve quimioterapia e radioterapia – pode levar à morte dos óvulos, causando a infertilidade nas mulheres. “Esta técnica visa proteger a capacidade reprodutiva, mas o tumor não pode estar comprometendo o útero, trompas ou ovários”, esclarece ele, que também é secretário-geral da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica.

A função ovariana e uterina continua atuando normalmente durante todo o período. A cirurgia é feita de forma minimamente invasiva, com o auxílio da plataforma robótica, o que permite manter maior preservação da região. Atualmente o procedimento não é coberto pelo Sistema Único de Saúde e também não está no rol da Agência Nacional de Saúde (ANS).

 

DADOS

 Em todo o Brasil são esperados 625,9 mil diagnósticos de câncer a cada ano, sendo 316,2 mil em mulheres, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Apenas no Paraná, o total de casos chega a 35 mil, com 16 mil mulheres afetadas ao ano. Estudos estimam que, do total, 13% das neoplasias afetam mulheres em idade fértil, abaixo dos 50 anos de idade.

 

Uma pesquisa que ouviu 630 mulheres jovens com câncer de mama, em relação à preocupação com a fertilidade após o tratamento, apontou que 37% das participantes desejavam ter filhos no futuro, 51% se preocupavam com a infertilidade e 26% disseram que o risco foi determinante na escolha do tratamento.

 

 

O PRÊMIO

O Prêmio Dasa de Inovação Médica com a curadoria de Veja Saúde visa reconhecer projetos, instituições e profissionais de saúde que fazem a diferença nas áreas científica, clínica e assistencial.

“Queremos descobrir ideias e realizações com potencial inovador capazes de mudar a vida e a saúde dos brasileiros”, afirma Diogo Sponchiato, redator-chefe de Veja Saúde, da Editora Abril.